segunda-feira, 5 de maio de 2014

Maria Santíssima ao Pe.Stefano Gobbi no dia 29 de Março de 1991- Itália










“Recolhei-vos no jardim do meu Coração Imaculado, filhos prediletos, para viver junto com Jesus as horas terríveis da sua dolorosa Paixão.
É Sexta-feira Santa.
É o dia da sua condenação e da sua Morte de Cruz.
Depois de ter passado toda a noite entre os insultos e os ultrajes dos membros e dos servos do Sinédrio, Jesus é conduzido, já em pleno dia, diante de Pilatos. Aqui acontece um segundo processo, ainda mais humilhante.
Diante de grande multidão instigada contra Ele, diante dos chefes religiosos que O acusam de blasfêmia e de sacrilégio, Jesus, manso como um cordeiro que se deixa conduzir sem um lamento ao matadouro, assiste em sublime silêncio a todo o desenrolar dos fatos: a honestidade inicial de Pilatos, que não encontra Nele culpa alguma;” Se não fosse culpado, não o teríamos trazido aqui”! Pilatos que começa a ter medo da multidão; a sua dúvida sobre a realidade da Sua Palavra: “Tu és Rei?”; a tentativa de O salvar, propondo Sua libertação em lugar de Barrabás; o medo de Pilatos perante o gritos do povo; o seu terror do juízo de Roma: “Se soltas Este, és inimigo de César”.
Assim por covardia, Pilatos assina a sua condenação à morte. Entrega Jesus aos soldados para que seja flagelado.
O seu Corpo tornou-se todo uma chaga viva e profunda, pelas lacerações que os terríveis flagelos romanos provocam na sua carne imaculada.
Depois é coroado de espinhos.
Os espinhos abre-lhe rios de sangue, que escorrem da sua cabeça e Lhe desfiguram o rosto; espancam-No e cobrem-No de escarros e de insultos.
“Vimo-Lo ferido e humilhado”; “o seu rosto já não tinha mais semelhança humana”.
A última ideia, mais maldosa e cruel: cobrem-No com um trapo escarlate, como púrpura; põem- Lhe nas mãos uma cana como cetro e conduzem-No a Pilatos, que O apresenta à multidão:
Eis o Homem!
Eis o Homem de todos os tempos.
Sobre Ele, no Getsêmani, foram depostos todos os pecados do mundo; no Pretório, foram descarregadas as dores, as humilhações, os grandes desprezos, as explorações, as escravidões de todos os homens.
É o Homem de todos os tempos.
Os homens que existiram antes Dele viveram na esperança de ver este seu dia e encontram Nele a salvação.
Ele é aquele que em Abel foi morto, que em Isaac foi amarrado nos pés, que em Jacob andou peregrino, que em José foi vendido, que em Moisés foi deposto nas águas, que no Cordeiro foi Morto, que em Davi foi perseguido e nos profetas desonrado.
É o Homem de todos os tempos.
Pelo dom da sua Redenção, todos os homens que viveram depois d’Ele são chamados a viver em comunhão de vida com Deus.
Ele carregou sobre seu Corpo os sofrimentos de todas as vítimas do ódio, da violência, das guerras; recolheu nas suas feridas o sangue derramado por milhões de crianças inocentes, assassinadas ainda no seio de suas mães.
Foi flagelado por todas as dores, pelas doenças, especialmente pelos males incuráveis que se espalham; foi coroado de espinho naqueles que sucumbem ás falsas ideologias, aos erros que afastam da fé, ao orgulho e à soberba humana.
Foi desprezado nos pequeninos, nos pobres, nos marginalizados, nos últimos, nos explorados. Foi cuspido nos rejeitados e nos desesperados.
Foi exposto ao escárnio naqueles que expõem como mercadoria a dignidade do próprio corpo.
Eis o Homem.
Agora carrega sobre Si o madeiro da condenação; sobe ao Calvário, encontra-Se comigo, sua Mãe transpassada; é pregado no patíbulo e levantado na Cruz.
As três angustiosas horas da sua agonia, junto de mim, sua Mãe, e de João, o apóstolo predileto.
Enfim, o seu ato de completo abandono ao Pai e a sua morte na cruz, por volta das três horas da tarde deste dia.
Eis verdadeiramente o Homem de todos os tempos.
N’Ele viveu, foi redimido e salvo cada homem: desde o primeiro, Adão, até ao último que se encontrará sobre a terra no fim dos tempos.
Com a ajuda de João, de José de Arimateia e das piedosas mulheres, Eu o levo para o sepulcro, onde é deposto até à aurora do primeiro dia depois do sábado.
A sua Ressurreição divina é a maior prova de que só Ele é o Homem de todos os tempos.
Porque só Nele ressuscitarão todos os homens que viveram, morreram, foram sepultados e consumidos até se tornarem pó.
Vivei, então, comigo, mesmo no grande deserto do vosso tempo, estas horas da sua Paixão e da sua Morte na Cruz.
Vivei-as no silêncio, no recolhimento, na oração, em doce intimidade de vida com o vosso divino Irmão Crucificado.
Porque só Nele se cumprirão os tempos novos que vos esperam, quando Ele voltar a vós na glória, e todos os poderes do céu, da terra e do inferno se prostrarem diante Dele, para a perfeita glória de Deus Pai”.






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